Ontem, Trump conversou por mais de uma hora por telefone com Putin, e divulgou que Putin vai revidar ataque ucraniano contra aviões bombaeriros russos. Ontem também o Papa Leo XIV divulgou que teve um telefonema com Putin.
Tanto Vaticano como o Kremlin noticiaram o telefonema, que correu de forma amistosa.
Vou traduzir aqui o que divulgaram tanto o Vaticano como o Kremlin sobre o telefonema. Os dois textos convergem, não são contraditórios. Mas Putin aproveitou e disse ao Papa que a Ucrânia, "o regime de Kiev", não quer a paz, pratica atos terroristas contra a infraestrutura russa e persegue a Igreja Ortodoxa Russa dentro da Ucrânia.
Certamente, se tivesse uma conversa entre Zelensky e o Papa, Zelensky também acusaria a Rússia de muitas atrocidades, como faz quase diariamente com os líderes da França e da Alemanha.
Aqui vão as traduções dos textos:
Vaticano:
"Durante o telefonema, além de questões de interesse mútuo, foi dada especial atenção à situação na Ucrânia e à paz.
O Papa fez um apelo à Rússia para que realizasse um gesto que promovesse a paz, enfatizou a importância do diálogo para a concretização de contatos positivos entre as partes e a busca de soluções para o conflito.
A situação humanitária foi discutida, a necessidade de facilitar a ajuda onde for necessário, os esforços em andamento para a troca de prisioneiros e o valor do trabalho do Cardeal Zuppi nesse sentido.
O Papa Leão XIII referiu-se ao Patriarca Kirill, agradecendo-lhe os votos de felicidades recebidos no início de seu pontificado, e enfatizou como os valores cristãos comuns podem ser uma luz para ajudar a buscar a paz, defender a vida e buscar a genuína liberdade religiosa."
Governo da Rússia (site do Kremlin)
"Vladimir Putin conversou por telefone com o Papa Leão XIV
Vladimir Putin mais uma vez felicitou o pontífice por sua eleição e lhe desejou muito sucesso no cumprimento de sua nobre missão.
Ambas as partes reconheceram a imensa contribuição pessoal do Papa Francisco para o fortalecimento dos laços entre a Rússia e a Santa Sé. Concordaram em prosseguir os esforços para desenvolver ainda mais esses laços com base em valores espirituais e morais comuns, com vistas ao estabelecimento de uma ordem mundial mais justa. Expressaram compromisso mútuo com o aprofundamento da cooperação em assuntos culturais e humanitários e em nome da proteção dos cristãos e dos locais sagrados do cristianismo em todo o mundo, especialmente no Oriente Médio.
A pedido e em nome do Patriarca Kirill de Moscou e de Toda a Rússia, Vladimir Putin transmitiu ao Papa Leão XIV os melhores votos de sucesso em suas funções pastorais. Por sua vez, o pontífice expressou apoio à continuidade do importante diálogo entre as duas igrejas irmãs.
Ao trocar impressões com o papa sobre a situação na Ucrânia, Vladimir Putin reafirmou sua disposição de alcançar a paz por meios políticos e diplomáticos, ressaltando que, para alcançar uma resolução definitiva, justa e completa, era necessário eliminar as causas profundas da crise.
Sobre a retomada das negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia em Istambul, o Presidente russo detalhou os acordos específicos durante a segunda rodada de negociações envolvendo a troca de prisioneiros de guerra e corpos de soldados mortos. Foi enfatizado que o lado russo estava tomando todas as medidas possíveis para reunir as crianças com suas famílias.
Foi expressado agradecimento ao pontífice por sua disposição em contribuir para a resolução da crise, notadamente pela participação despolitizada do Vaticano na solução de questões humanitárias urgentes.
Vladimir Putin chamou atenção especial para o fato de que o regime de Kiev estava apostando na escalada do conflito e realizou sabotagens contra a infraestrutura civil em território russo. Foi enfatizado que o ataque deliberado e direcionado contra civis realizado recentemente pelo lado ucraniano foi inequivocamente definido como terrorismo pelo direito internacional.
Devido ao conhecido compromisso do regime de Kiev com o desmantelamento da Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica, expressou-se a esperança de que a Santa Sé se manifestasse mais ativamente em apoio à liberdade religiosa na Ucrânia.
A conversa foi construtiva. Ambas as partes expressaram a intenção de manter contato."